sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Bastidores - Boleiros têm propensão à doença neurológica

Redação FutGol

Estudo mostra que as causas seriam analgésicos, doping e traumas das divididas

O problema do técnico Ricardo Gomes levantou uma questão: jogadores de futebol têm mais chance de desenvolver problema neurológico, segundo estudo do Departamento de Neurociência da Universidade de Turim, na Itália. O grande perigo que ronda os boleiros é a esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença neurológica caracterizada por fraqueza e atrofia muscular. “Degenerativa e sem cura, enfraquece o tecido muscular, causando atrofia, além de endurecer a lateral da medula espinhal”, explica Santino Lacanna, neurologista da Unifesp.

É a mesma doença de Washington, que coincidentemente jogou com Ricardo no Fluminense, e dos italianos Borgonovo (ex-Milan), Signorini, ex-capitão do Genoa que morreu em 2002, e Lombardi (ex-Avellino, morto em 2007). Um grupo de 24.000 ex-jogadores profissionais foi pesquisado entre 1960 a 2006. Descobriu-se que 50 deles tinham a doença.

A explicação? Além da predisposição genética, o risco pode estar ligado ao uso de substâncias analgésicas, a traumas cranianos ou em articulações, a cianobactérias presentes nos gramados, ao doping, ou a suplementos alimentares que abusam de proteínas. Amigo pessoal de Washington, doente desde 2008, e de Ricardo Gomes, Carlinhos Neves, preparador físico do São Paulo, duvida do estudo: “Não é possível que haja ligação.”

VÍTIMAS DA ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA
Washington
Campeão do Pan em 1987 e ídolo do Fluminense, o camisa 9 do casal 20 – com Assis – sofre com a ELA desde 2006. Jogos beneficentes ajudam a pagar suas altas despesas. Aos 49 anos, vive em Curitiba.

Stefano Borgonovo
O ex-atacante de Milan, Fiorentina e seleção italiana era treinador do Como, em 2005, quando descobriu a doença. Segundo os ex-colegas, ele era um piadista. Aos 45, vive numa cadeira de rodas.

Gianluca Signorini
O zagueiro e capitão do Genoa até 1995 foi diagnosticado em 1999. Perdeu a voz em 2001 e, após três anos de sofrimento, morreu aos 42 anos em 2002. Seu filho Andrea também joga no clube.

Fonte: Jornal Placar

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