quinta-feira, 14 de julho de 2011

Como deve ser o cardápio de um jogador de futebol?

Por Giovana Guido

Assim como qualquer atleta, um jogador de futebol deve tomar muitos cuidados em relação à sua dieta e hábitos alimentares, pois, é o que ele come no dia-a-dia que fará grande diferença para o rendimento nos treinos, recuperação do corpo e energia nos dias de jogo. Muitos pensam que independente do que comer, terá a mesma performance, porém esse é um grande erro.

Basicamente, o futebolista deve seguir as recomendações de alimentação saudável (reeducação alimentar) para melhorar sua saúde, sistema imunológico, energia e recuperação, porém, existem alguns aspectos na dieta de um atleta que são diferentes do que de uma pessoa que não pratica o mesmo volume de exercícios do que ele. Se o jogador não se organizar em relação à sua dieta e suplementação, poderá perder força, rendimento e velocidade dentro do campo.

A seguir, observe alguns tópicos da nutrição esportiva para o jogador de futebol:

Carboidratos: esse nutriente em abundância é fundamental para o bom desempenho do jogador. É o carboidrato o responsável pela energia, força e reserva nos músculos. Então, o jogador deve fazer cerca de 6 refeições ao dia e todas devem contar carboidratos. Fontes: pães, cereais, arroz, macarrão, batata, mandioca, maltodextrina (usada pré e durante treinos), dextrose (usada após o treino ou jogo), biscoitos, massas, etc.

Proteínas: são elas que ajudam na reparação e manutenção da massa magra do jogador, muito importante, pois melhora a potência, boa forma e peso do atleta. Não deve haver exagero no consumo desse nutriente, pois senão, o consumo de carboidratos ficará menor. O ideal é o consumo de 1,4-1,6g de proteínas por kg de peso. Fontes: leite, queijos, carnes, aves, peixes e ovos.

Gorduras: todos os futebolistas necessitam de um pouco de gordura no cardápio, para uma adequada fabricação hormonal e um pouco de reserva de energia. Eles deverão preferir as gorduras boas: azeite, abacate e castanhas.

Vitaminas e Minerais: Muitos atletas pecam nesses nutrientes, pois não gostam muito de frutas, legumes e verduras. Tome cuidado, afinal, as vitaminas e os minerais são peças fundamentais no quebra-cabeça que é o metabolismo. Eles ajudam no fornecimento de energia, mantém a saúde e equilíbrio do corpo, nutrem ossos, dentes e músculos e atuam como coadjuvantes na fabricação de substâncias e hormônios importantes.

Líquidos: Importantíssimos! Os futebolistas treinam intensamente todos os dias o que facilita a desidratação. Um atleta desidratado é um atleta fracassado. O ideal é ingerir líquidos durante o dia todo, em grandes quantidades, sejam eles: água mineral, água de coco, isotônicos e sucos naturais. Evitar refrigerantes e álcool!

Suplementos: os suplementos mais indicados para jogadores são: maltodextrina, dextrose, hipercalóricos, BCAA, glutamina, creatina, whey protein e cafeína. O uso de suplementos depende muito do objetivo e necessidade individual, então, só deverão ser usados sob prescrição de um nutricionista. Outro fato importante: idade. Como existem futebolistas com menos de 18 anos, é importante a suplementação sempre ser feita sob orientação.

Com essas alterações no cardápio, o futebolista irá sentir grande diferença em seu rendimento nos treinos e jogos, tornando-se assim, mais fácil ser um campeão!

REFERÊNCIAS:
BARROS, Turíbio L, GUERRA, Isabela. Ciência do futebol. Editora Manole, 2004.
BIESEK, Simone; GUERRA, Isabela, ALVES, Letícia Azen. Estratégias de nutrição e suplementação no esporte. Editora Manole, 2005.
GUERRA, I. SOARES, E.A., BURINI, R.C. Aspectos nutricionais do futebol de competição. Rev Bras Med Esporte – vol. 7, nº. 6 – nov./dez., 2001

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quarta-feira, 13 de julho de 2011

Parceria FutGol - Nutricionista Giovana Guido

De primeira a mais nova parceria do blog FutGol. A Nutricionista Giovana Guido. Graduada em Nutrição pela Universidade São Judas Tadeu (SP) em 2006, especialista em Nutrição Clínica & Metabolismo pela Universidade Gama Filho (SP) em 2008 e especialista em Nutrição Esportiva também pela Universidade Gama Filho em 2011.

Realiza atendimentos particulares com esportistas, atletas e iniciantes na área, em clubes e academias. Presta assessoria a lojas de suplementos, de produtos naturais e escolas de futebol. Já foi nutricionista do clube de futebol Internacional de Limeira e atualmente é responsável pela nutrição dos atletas profissionais do Paulista F.C. de Jundiaí.

A nutricionista também possui um quadro semanal no Programa Futebol Esporte Show com Marcel Capretz, do canal SBT Regional. O quadro se chama “Pergunte à nutricionista Giovana”, onde ela tira dúvidas dos telespectadores sobre Nutrição Esportiva todas as terças-feiras.

Entre em contato: giovana.guido@yahoo.com.br
Blog: http://nutricionistagiovanaguido.wordpress.com

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domingo, 10 de julho de 2011

Por que jogadores erram os pênaltis?

* Retirado do site Info-Ciência

Pesquisadores descobrem o que você sempre quis saber: por que alguns jogadores não marcam quando têm a bola parada cara a cara com o goleiro?
A resposta é simples: eles erram os pênaltis porque saem para a cobrança rápido demais.
Apesar de parecer muito óbvia, a constatação tem embasamento científico e pode indicar um fenômeno psicológico nos atletas, uma espécie de colapso em momentos de tensão.
Pesquisadores da Escola Norueguesa de Ciências Esportivas chegaram a essa conclusão depois de analisar 296 jogadores realizando 366 cobranças em diferentes edições de três competições- Copa do Mundo, Campeonato Europeu e Liga dos Campeões da Europa. Eles mediram o tempo levado em todas as etapas do pênalti: caminhada, posicionamento da bola, tomada de distância para bater, espera pelo sinal do apito, resposta dada ao sinal e corrida para chutar. Ao comparar cada um destes tempos com a taxa de acerto, os números mostraram que os jogadores que começavam a correr menos de dois milissegundos depois do apito do juiz acertavam o gol somente 57% das vezes (cada milissegundo corresponde a um milésimo de segundo). Por outro lado, os que levavam mais de um segundo para responder ao sinal balançavam a rede mais de 80% das vezes.
Uma explicação possível é a de que os jogadores simplesmente entrem em colapso. De acordo com estudos nos quais o trabalho se baseou, quando as pessoas se sentem pressionadas em alguma situação elas fazem o possível para que esta termine rápido – mesmo que isso afete seu desempenho.
No estudo, publicado na Psychology of Sport and Exercise, os pesquisadores noruegueses confirmam que muitos atletas talentosos analisados nos vídeos simplesmente pareciam ruir sob a pressão de um pênalti.
Mas, como é praxe em quase toda partida, o torcedor não deve culpar apenas seu time pelo fracasso. Ao cruzar os dados, os pesquisadores também concluíram que a taxa de erro também era maior quando a arbitragem enrolava para soar o apito de cobrança. Alguém duvidava que a culpa fosse do juiz?

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Complexo de vira-latas

Por Nelson Rodrigues

Hoje vou fazer do escrete o meu numeroso personagem da semana. Os jogadores já partiram e o Brasil vacila entre o pessimismo mais obtuso e a esperança mais frenética. Nas esquinas, nos botecos, por toda parte, há quem esbraveje: - "O Brasil não vai nem se classificar!". E, aqui, eu pergunto: - não será esta atitude negativa o disfarce de um otimismo inconfesso e envergonhado?
Eis a verdade, amigos: - desde 50 que o nosso futebol tem pudor de acreditar em si mesmo. A derrota frente aos uruguaios, na última batalha, ainda faz sofrer, na cara e na alma, qualquer brasileiro. Foi uma humilhação nacional que nada, absolutamente nada, pode curar. Dizem que tudo passa, mas eu vos digo: menos a dor-de-cotovelo que nos ficou dos 2 x 1. E custa crer que um escore tão pequeno possa causar uma dor tão grande. O tempo em vão sobre a derrota. Dir-se-ia que foi ontem, e não há oito anos, que, aos berros, Obdulio arrancou, de nós, o título. Eu disse "arrancou" como poderia dizer: - "extraiu" de nós o título como se fosse um dente. 
 
E, hoje, se negamos o escrete de 58, não tenhamos dúvidas: - é ainda a frustração de 50 que funciona. Gostaríamos talvez de acreditar na seleção. Mas o que nos trava é o seguinte: - o pânico de uma nova e irremediável desilusão. E guardamos, para nós mesmos, qualquer esperança. Só imagino uma coisa: - se o Brasil vence na Suécia, e volta campeão do mundo! Ah, a fé que escondemos, a fé que negamos, rebentaria todas as comportas e 60 milhões de brasileiros iam acabar no hospício.

Mas vejamos: - o escrete brasileiro tem, realmente, possibilidades concretas? Eu poderia responder, simplesmente, "não". Mas eis a verdade: - eu acredito no brasileiro, e pior do que isso: - sou de um patriotismo inatual e agressivo, digno de um granadeiro bigodudo. Tenho visto jogadores de outros países, inclusive os ex-fabulosos húngaros, que apanharam, aqui, do aspirante-enxertado Flamengo. Pois bem: - não vi ninguém que se comparasse aos nossos. Fala-se num Puskas. Eu contra-argumento com um Ademir, um Didi, um Leônidas, um Jair, um Zizinho.

A pura, a santa verdade é a seguinte: - qualquer jogador brasileiro, quando se desamarra de suas inibições e se põe em estado de graça, é algo de único em matéria de fantasia, de improvisação, de invenção. Em suma: - temos dons em excesso. E só uma coisa nos atrapalha e, por vezes, invalida as nossas qualidades. Quero aludir ao que eu poderia chamar de "complexo de vira-latas". Estou a imaginar o espanto do leitor: - "O que vem a ser isso?". Eu explico.

Por "complexo de vira-latas" entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo. Isto em todos os setores e, sobretudo, no futebol. Dizer que nós nos julgamos "os maiores" é uma cínica inverdade. Em Wembley, por que perdemos? Porque, diante do quadro inglês, louro e sardento, a equipe brasileira ganiu de humildade. Jamais foi tão evidente e, eu diria mesmo, espetacular o nosso vira-latismo. Na já citada vergonha de 50, éramos superiores aos adversários. Além disso, levávamos a vantagem do empate. Pois bem: - e perdemos da maneira mais abjeta. Por um motivo muito simples: - porque Obdulio nos tratou a pontapés, como se vira-latas fôssemos.

Eu vos digo: - o problema do escrete não é mais de futebol, nem de técnica, nem de tática. Absolutamente. É um problema de fé em si mesmo. O brasileiro precisa se convencer de que não é um vira-latas e que tem futebol para dar e vender, lá na Suécia. Uma vez que se convença disso, ponham-no para correr em campo e ele precisará de dez para segurar, como o chinês da anedota. Insisto: - para o escrete, ser ou não ser vira-latas, eis a questão.

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