Do site Terra Esportes
Sondagens de dirigentes de clubes sem treinadores, assinatura de procuração para empresário, uma visita a cartolas amigos e muitas, muitas partidas de futebol pela televisão. Essa vida maluca é a rotina de um técnico de futebol sem clube, antenado ao mercado e vivendo sempre das incertezas.
O Terra decidiu expor esse cotidiano atípico de um técnico desempregado. Entre os dias 25 e 29 de janeiro, a rotina de PC Gusmão, que acertou seu retorno ao Ceará na última terça-feira, foi monitorada: o treinador aceitou a ideia de prontidão e não fez segredos. O desafio foi negado por Ivo Wortmann. Tite e Mário Sérgio aproveitavam o janeiro sem clube e também não puderam participar.
PC diz estudar o sucesso de grandes esportistas, como Michael Phelps, para aplicar no contato com seus jogadores e também em eventuais palestras - estas, aliás, tradicionais também na vida de seu guru, Vanderlei Luxemburgo. Também parece obcecado por partidas de futebol. "Vejo uma média de cinco por dia. Posso ser convidado para comentar jogos e preciso estar antenado", diz ele, que monta um banco de dados com jogadores interessantes.
Curiosamente, na noite da segunda-feira seguinte à realização da reportagem, o treinador acertou o retorno ao Ceará, clube em que trabalhou em 2009 e levou de volta à Série A depois de 16 temporadas. Até a semana anterior, era uma hipótese inexistente e PC estava perto do Oriente Médio. Mas tudo muda do nada. Só basta um telefonema.
Confira todos os cinco dias do acompanhamento com Paulo César Gusmão:
SEGUNDA-FEIRA - 25/01
No primeiro dia de acompanhamento com o Terra, PC Gusmão assistiu à final da Copa São Paulo. Ele havia retornado de uma viagem para Foz do Iguaçu com as duas filhas, algo impensável quando empregado. "Muda muito a rotina, porque sou bem caseiro e trabalhando você não fica em casa. Vejo meus jogos no telão, faço análises, jogo com as minhas filhas, almoço e janto fora, vou até a praia", conta ele, que mora no Rio de Janeiro.
O dia começa com dois clubes sem treinador, o que sempre deixa o profissional desempregado com a antena em pé. Goiás e Botafogo demitiram Hélio dos Anjos e Estevam Soares, respectivamente. E o telefone de PC Gusmão tocou.
"Me ligaram fazendo sondagens, perguntando se eu gostaria de ir. Os clubes fazem vários contatos, querem saber sua disponibilidade, condições...eu não abro mão dos meus profissionais. Esse foi um dos motivos para eu sair do Ceará, porque não queriam renovar com meus dois auxiliares".
TERÇA-FEIRA - 26/01
PC Gusmão não acerta com Goiás nem Botafogo, que optam por outros profissionais. O treinador sem clube assiste à Copa da Liga na França. "Trabalhei com vários jogadores do Bordeaux (enfrenta o Lorient). Wendel e Jussiê no Cruzeiro, também o Henrique no Flamengo", diz.
O telefone do treinador toca também na terça-feira. Do outro lado está Antonio Melo, preparador físico de Vanderlei Luxemburgo no Atlético-MG, ambos companheiros de Gusmão por muito tempo. "Ele me perguntou sobre a estreia contra o América-MG, queria saber minha opinião. O time está começando ainda e mudou muitos jogadores", justifica o empate por 1 a 1.
Uma nova situação também vai se definindo: PC Gusmão pode trabalhar em Dubai. "Assinei uma procuração, a proposta já existe, estou na expectativa. Deve ser um contrato de tiro curto por apenas cinco meses, projetando um acordo de dois anos", informa o treinador. "Sou aberto a tudo e nunca trabalhei fora do Brasil".
QUARTA-FEIRA - 27/01
A agenda do treinador inclui uma visita à bucólica Rua Bariri para assistir ao duelo entre Bangu e Olaria. PC Gusmão vai para conversar também com Paulo Angioni, ex-diretor de Vasco, Corinthians e Palmeiras, e também com José Luís Moreira, ex-vice de futebol vascaíno. Ambos agora estão no Olaria. "São grandes amigos", diz.
Ele também recebe telefonema de Felipe Ximenes, gerente do Coritiba, mas nega que possa assumir o posto de Ney Franco, em boa fase no Paranaense. "O Felipe foi meu auxiliar técnico até 2007, depois foi para a área de administração. Esteve comigo no Fluminense, Botafogo, Cruzeiro, Náutico e Cabofriense", diz. "É mais uma troca de ideias".
QUINTA-FEIRA - 28/01
PC Gusmão dedica esse dia principalmente para assistir muitos jogos pela televisão. Ele afirma ter acompanhado São Paulo x Paulista de Jundiaí, Duque de Caxias x Fluminense e Figueirense x Atlético de Ibirama.
"No Rio de Janeiro acho que Flamengo, Fluminense e Vasco estão à frente dos demais. Dos pequenos, Olaria e Boavista vão bem também", opina.
SEXTA-FEIRA - 29/01
As possibilidades de se transferir para o futebol internacional aumentam. O Al-Ahli Club, de Dubai, é a equipe interessada em PC Gusmão, que ganha uma tarefa inesperada.
O treinador descobre que seu passaporte está vencido e então precisa ir até a Polícia Federal atrás da regularização. Falar com PC Gusmão sobre sua sexta-feira então vira uma tarefa árdua para a reportagem do Terra. "Me liga às cinco da tarde", pede o treinador, que assegura não ter fechado negócio. E praticamente não pôde mais falar.
Sondagens de dirigentes de clubes sem treinadores, assinatura de procuração para empresário, uma visita a cartolas amigos e muitas, muitas partidas de futebol pela televisão. Essa vida maluca é a rotina de um técnico de futebol sem clube, antenado ao mercado e vivendo sempre das incertezas.
O Terra decidiu expor esse cotidiano atípico de um técnico desempregado. Entre os dias 25 e 29 de janeiro, a rotina de PC Gusmão, que acertou seu retorno ao Ceará na última terça-feira, foi monitorada: o treinador aceitou a ideia de prontidão e não fez segredos. O desafio foi negado por Ivo Wortmann. Tite e Mário Sérgio aproveitavam o janeiro sem clube e também não puderam participar.
PC diz estudar o sucesso de grandes esportistas, como Michael Phelps, para aplicar no contato com seus jogadores e também em eventuais palestras - estas, aliás, tradicionais também na vida de seu guru, Vanderlei Luxemburgo. Também parece obcecado por partidas de futebol. "Vejo uma média de cinco por dia. Posso ser convidado para comentar jogos e preciso estar antenado", diz ele, que monta um banco de dados com jogadores interessantes.
Curiosamente, na noite da segunda-feira seguinte à realização da reportagem, o treinador acertou o retorno ao Ceará, clube em que trabalhou em 2009 e levou de volta à Série A depois de 16 temporadas. Até a semana anterior, era uma hipótese inexistente e PC estava perto do Oriente Médio. Mas tudo muda do nada. Só basta um telefonema.
Confira todos os cinco dias do acompanhamento com Paulo César Gusmão:
SEGUNDA-FEIRA - 25/01
No primeiro dia de acompanhamento com o Terra, PC Gusmão assistiu à final da Copa São Paulo. Ele havia retornado de uma viagem para Foz do Iguaçu com as duas filhas, algo impensável quando empregado. "Muda muito a rotina, porque sou bem caseiro e trabalhando você não fica em casa. Vejo meus jogos no telão, faço análises, jogo com as minhas filhas, almoço e janto fora, vou até a praia", conta ele, que mora no Rio de Janeiro.
O dia começa com dois clubes sem treinador, o que sempre deixa o profissional desempregado com a antena em pé. Goiás e Botafogo demitiram Hélio dos Anjos e Estevam Soares, respectivamente. E o telefone de PC Gusmão tocou.
"Me ligaram fazendo sondagens, perguntando se eu gostaria de ir. Os clubes fazem vários contatos, querem saber sua disponibilidade, condições...eu não abro mão dos meus profissionais. Esse foi um dos motivos para eu sair do Ceará, porque não queriam renovar com meus dois auxiliares".
TERÇA-FEIRA - 26/01
PC Gusmão não acerta com Goiás nem Botafogo, que optam por outros profissionais. O treinador sem clube assiste à Copa da Liga na França. "Trabalhei com vários jogadores do Bordeaux (enfrenta o Lorient). Wendel e Jussiê no Cruzeiro, também o Henrique no Flamengo", diz.
O telefone do treinador toca também na terça-feira. Do outro lado está Antonio Melo, preparador físico de Vanderlei Luxemburgo no Atlético-MG, ambos companheiros de Gusmão por muito tempo. "Ele me perguntou sobre a estreia contra o América-MG, queria saber minha opinião. O time está começando ainda e mudou muitos jogadores", justifica o empate por 1 a 1.
Uma nova situação também vai se definindo: PC Gusmão pode trabalhar em Dubai. "Assinei uma procuração, a proposta já existe, estou na expectativa. Deve ser um contrato de tiro curto por apenas cinco meses, projetando um acordo de dois anos", informa o treinador. "Sou aberto a tudo e nunca trabalhei fora do Brasil".
QUARTA-FEIRA - 27/01
A agenda do treinador inclui uma visita à bucólica Rua Bariri para assistir ao duelo entre Bangu e Olaria. PC Gusmão vai para conversar também com Paulo Angioni, ex-diretor de Vasco, Corinthians e Palmeiras, e também com José Luís Moreira, ex-vice de futebol vascaíno. Ambos agora estão no Olaria. "São grandes amigos", diz.
Ele também recebe telefonema de Felipe Ximenes, gerente do Coritiba, mas nega que possa assumir o posto de Ney Franco, em boa fase no Paranaense. "O Felipe foi meu auxiliar técnico até 2007, depois foi para a área de administração. Esteve comigo no Fluminense, Botafogo, Cruzeiro, Náutico e Cabofriense", diz. "É mais uma troca de ideias".
QUINTA-FEIRA - 28/01
PC Gusmão dedica esse dia principalmente para assistir muitos jogos pela televisão. Ele afirma ter acompanhado São Paulo x Paulista de Jundiaí, Duque de Caxias x Fluminense e Figueirense x Atlético de Ibirama.
"No Rio de Janeiro acho que Flamengo, Fluminense e Vasco estão à frente dos demais. Dos pequenos, Olaria e Boavista vão bem também", opina.
SEXTA-FEIRA - 29/01
As possibilidades de se transferir para o futebol internacional aumentam. O Al-Ahli Club, de Dubai, é a equipe interessada em PC Gusmão, que ganha uma tarefa inesperada.
O treinador descobre que seu passaporte está vencido e então precisa ir até a Polícia Federal atrás da regularização. Falar com PC Gusmão sobre sua sexta-feira então vira uma tarefa árdua para a reportagem do Terra. "Me liga às cinco da tarde", pede o treinador, que assegura não ter fechado negócio. E praticamente não pôde mais falar.
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